Diversas gerações dividem espaço no mercado de trabalho. O setor de Recursos Humanos precisa estar preparado para tirar o melhor de cada uma delas.
Uma das mais importantes habilidades do setor de Recursos Humanos da empresa é a capacidade de lidar com diferentes pessoas. Além de personalidades e aspirações profissionais distintas, talentos dos mais variados, o convívio entre gerações é um dos principais desafios da gestão moderna.
A seguir, vamos conhecer um pouco sobre o perfil delas e dar algumas dicas para o setor de RH potencializar as capacidades de cada uma.
Baby boomers
Eles são os veteranos do mercado de trabalho, nascidos no final na década de 40. Atravessaram anos marcados por grandes movimentos políticos, econômicos e culturais. Profissionalmente, já enfrentaram desafios de todos os tipos e hoje encontram-se, em sua maioria, em posições de liderança na carreira, resultado da bagagem adquirida ao longo dos anos.
Valorizam a experiência e o tempo em uma mesma empresa. São mais preocupados com estabilidade na carreira; cresceram em um período onde o pai era o provedor da família e não raramente passava a vida toda trabalhando em um mesmo lugar. A maturidade é um dos pontos a serem melhor aproveitados pelas empresas: no geral, lidam bem com feedbacks e têm inteligência emocional para gerenciar equipes e projetos.
Dicas para o RH
Pontos positivos: liderança, maturidade, experiência e estabilidade emocional são características desta geração. Podem ser bons aliados para gerir equipes e também têm profundo domínio sobre suas áreas de atuação. Com isso, podem dar apoio e suporte a novos projetos em parceria tanto com o RH quanto com outros setores da empresa.
Desafios: por serem mais velhos, não é incomum que haja conflito de interesses profissionais com gerações mais jovens. Seus valores e comportamentos são bastante determinados. É fundamental para o RH reconhecer e administrar tais conflitos, trazendo à tona o melhor de cada geração em prol dos negócios.
Geração X
Uma geração que nasceu entre os anos 60 e 80, cuja personalidade reflete traços de décadas marcadas por problemas econômicos. A crise da década de 80, quando o país viveu sob forte recessão, fez com que estas pessoas se preocupassem mais com a estabilidade econômica; especialmente se compararmos a gerações mais jovens, em que o “ser” é mais importante do que o “ter”. Cresceram de olho em conceitos como formação da família e aquisição da casa própria como sinais de sucesso.
São profissionais com mais resistência ao novo, por conta da combinação de conceitos antigos com um mundo onde tudo é bem mais transitório. Têm personalidade definida e em média 10 anos de experiência profissional, incrementados por cursos de pós-graduação e especialização. A dificuldade de adaptar-se a novos formatos faz com que a Geração X tenha uma boa parcela de idealistas, que sonham em empreender ou mudar de profissão.
Dicas para o RH
Pontos positivos: a vivência considerável no mercado de trabalho trouxe a esta geração uma boa visão estratégica que pode ser bem aproveitada pelas empresas. Podem ser elementos-chave em períodos de transição e para tarefas de maior responsabilidade, como compor processos que demandam maior controle e organização.
Desafios: como iniciaram suas carreiras em um bom momento econômico do país, hoje têm salários mais altos. A busca por mais estabilidade e mais sucesso os transforma em alvos constantes de outras empresas, especialmente aquelas que oferecem planos de carreira promissores e mais benefícios. Possíveis conflitos estão muito mais relacionados aos seus anseios sobre o trabalho do que à convivência com outras gerações.
Geração Y
Acompanharam o surgimento de computadores, internet, celular, e-mail e demais facilidades que transformaram o mundo – inclusive dos negócios. Isto porque nasceram entre os anos 1980 e 2000 e cresceram em meio às mudanças tecnológicas e seus impactos no dia a dia. São considerados “multitask”, ou seja, conseguem executar várias tarefas ao mesmo tempo.
A vivência em tecnologia também mudou a forma com que se relacionam e se comportam no trabalho. Estão sempre atualizados e em busca de novos conhecimentos e, apesar de respeitarem hierarquias, são menos formais. E isto não é ruim: a informalidade bem utilizada faz com que criem boas relações de trabalho e sejam mais zelosos quanto ao cumprimento de tarefas.
Dicas para o RH
Pontos positivos: com a carreira em ascensão, são líderes em potencial. Possuem mais afinidade com conceitos de inteligência emocional. São bastante adaptáveis a mudanças e podem ser testados para liderar equipes e projetos, com bons resultados para a empresa e os negócios.
Desafios: o fato de serem multitarefas exige um certo controle sobre suas rotinas, para que cumpram as atividades sem perderem o foco. A distância de tempo e valores com pessoas da geração baby boomers pode ser motivo de conflitos, por isso a dica é a mesma: saber gerenciar as diferenças e aproveitar o melhor de cada membro da equipe. A busca pelo novo, uma das características marcantes desta geração, faz com que troquem de emprego com mais facilidade: retê-los na empresa é um desafio que combina plano de carreira, benefícios e ambiente de trabalho agradável.
Geração Z
Os mais jovens integrantes do mercado de trabalho, nascidos no fim da década de 1990 e nos anos 2000. Muitos estão estudando e iniciando suas carreiras agora. São chamados também de “nativos digitais”, porque não conheceram o mundo sem internet. Um dos seus principais objetivos profissionais é o crescimento. Segundo pesquisa feita pela Robert Half em parceria com a Enactus, 23% dos jovens Z pensam em conseguir um emprego estável. Para eles, o mundo não tem fronteiras – boa parte dessa crença deve-se à tecnologia. São naturalmente conectados, multiplataformas e, segundo a mesma pesquisa, em 2020 serão 20% da força de trabalho mundial.
Mais do que estabilidade profissional e financeira, os jovens da Geração Z buscam por empresas com valores relacionados às suas crenças. Dão importância a assuntos como meio ambiente e responsabilidade social. Para eles, o discurso de uma empresa tem que corresponder 100% à realidade – caso contrário, a frustração os levará a buscar outras oportunidades.
Dicas para o RH
Pontos positivos: a grande afinidade com a tecnologia traz para a equipe uma importante força de trabalho. Eles são mais adaptáveis a mudanças que envolvam a infraestrutura de TI da empresa e também podem colaborar com ideias mais inovadoras, resultados de seu contato constante com o mundo “sem fronteiras”.
Desafios: segunda a pesquisa da Robert Half, a relação com os baby boomers tende a ser a mais delicada. Mas podem existir conflitos também com seus outros antecessores, especialmente os Y e os X. Como veem o mundo como um espaço único e sem limites, podem ficar frustrados com excesso de regras.